Toda criação começa de uma necessidade: o cliente tem uma deficiência e precisa supri-la. Quando somos contratados para desenvolver determinada peça de comunicação o intuito do cliente é atender a essa necessidade – que na grande maioria das vezes está contida em um breafing e, em resumo, é a transmissão de uma informação. O designer entra nessa tarefa como ferramenta capaz de dar vida, calor, beleza e eficácia a essa comunicação, e através do seu conhecimento e da sua experiência deverá emprestar eficiência ao conteúdo que nela será apresentado.
Na essência, o papel do designer é desenvolver uma mensagem visual cujo conteúdo será transmitido através de alguma ferramenta de mídia (jornal, outdoor, veículo, banner, fachada, impressos, marca). A mensagem do cliente deverá permear todo o processo criativo e dela não se deve esquecer – e não pode. O designer deve eleger o formato que melhor se adeque ao orçamento e à finalidade do trabalho; aplicar cores que conduzam a uma leitura adequada da mensagem; escolher fontes que facilitem a leitura e harmonizem com o visual da peça como um todo e adicionar (ou não) elementos que auxiliem a leitura do conteúdo (fotos e ilustrações). Mas jamais deve esquecer que a maior necessidade do seu cliente é transmitir a mensagem, e que o seu talento irá auxiliá-lo a fazer isso de forma agradável e eficiente.
Assim como todos os demais ramos de atividade o design segue técnicas no desenvolvimento de projetos, bem como segue o breafing, pré-estabelecido pelo cliente. Estes são critérios básicos no desenvolvimento de qualquer trabalho de design.
Posso citar um exemplo bem ilustrativo do que significa atender aos critérios básicos no desenvolvimento de um projeto: a indústria automobilística.
Quando um designer de veículos concebe o desenho de um carro, pela sua experiência, ele o faz prevendo o seu comportamento na pista. Ou seja, se preocupa com a segurança, estabilidade, conforto, orçamento disponível para sua construção, e é claro, a beleza. Mas, mesmo com toda sua experiência, ele não pode antever todo o comportamento do veículo antes de o carro ficar definitivamente pronto. Por isso, protótipos do veículo passam por uma grande variedade de testes para que os técnicos avaliem se o produto atende a todos os critérios de segurança e dirigibilidade. Um destes testes – ao qual o design está intimamente ligado – é o teste no túnel de vento. Nele, o desenho é avaliado como função do veículo, onde a resistência do ar e as vibrações sejam mínimas, fazendo com que o carro obtenha o seu melhor desempenho e o motorista o conduza da maneira mais confortável possível. Nesse panorama o fator beleza é relevado ao segundo plano, podendo o designer ser convidado a modificar o seu desenho para que o veículo melhor atenda aos critérios de uso ou de construção. Ou seja, os automóveis devem ser seguros, confortáveis, rápidos - e baratos - antes de serem bonitos.
Quando um designer de veículos concebe o desenho de um carro, pela sua experiência, ele o faz prevendo o seu comportamento na pista. Ou seja, se preocupa com a segurança, estabilidade, conforto, orçamento disponível para sua construção, e é claro, a beleza. Mas, mesmo com toda sua experiência, ele não pode antever todo o comportamento do veículo antes de o carro ficar definitivamente pronto. Por isso, protótipos do veículo passam por uma grande variedade de testes para que os técnicos avaliem se o produto atende a todos os critérios de segurança e dirigibilidade. Um destes testes – ao qual o design está intimamente ligado – é o teste no túnel de vento. Nele, o desenho é avaliado como função do veículo, onde a resistência do ar e as vibrações sejam mínimas, fazendo com que o carro obtenha o seu melhor desempenho e o motorista o conduza da maneira mais confortável possível. Nesse panorama o fator beleza é relevado ao segundo plano, podendo o designer ser convidado a modificar o seu desenho para que o veículo melhor atenda aos critérios de uso ou de construção. Ou seja, os automóveis devem ser seguros, confortáveis, rápidos - e baratos - antes de serem bonitos.
Isso não significa dizer que a beleza do veículo não é importante. Pelo contrário, o desenho, as cores e os detalhes inclusos no projeto são itens influenciadores na escolha do cliente. Mas eles de nada valem se os outros critérios básicos não forem percebidos como inerentes ao produto. Da mesma forma é o design gráfico.
A necessidade que gerou o breafing não deve jamais ser esquecida durante o processo criativo, pois corre o risco do resultado não ser o esperado pelo cliente.
Pois bem! Isso significa que: (pasmem)
- Você não pode usar qualquer cor;
- Você não pode usar qualquer fonte;
- Você não pode usar qualquer formato;
- Você não pode usar quaisquer elementos que lhe venham à cabeça;
- E o pior... nem sempre pode usar aquele “estilozinho” que está na moda e que a galera só começa a usar por aqui quando está saturado lá no Sul.
As cores são ferramentas de comunicação e devem ajudar a transmitir a mensagem e o designer precisa fazer a leitura da cor (ou da paleta de cor) para que ela corresponda ao conteúdo da mensagem contida no layout. As cores têm significado cultural e permitem diferentes leituras para diferentes grupos de expectadores. Não adianta uma paleta de cor da moda se o público é clássico. Dessa forma, você estará usando uma linguagem incompreensível.
As fontes são o seu principal aliado na comunicação, porém, você pode torná-la uma inimiga do seu trabalho. Escolher a fonte adequada é uma tarefa que merece um bom tempo do que você tem disponível para o projeto. A chamada do anúncio ou de uma peça qualquer, precisa ter robustez, convidar à leitura, chamar a atenção e ser “linda”, e acima de tudo, tem que harmonizar com o restante do layout. A chamada da peça é parte integrante do design e não pode ser vista apenas como o texto de chamada. As informações secundárias são secundárias apenas para o designer, mas se você foi eficiente e o público alvo foi alvejado ela será de suma importância. E, atenção! SE A INFORMAÇÃO É UM PREÇO... fonte de fácil leitura, por favor . Cuidado com a cor de back. Cuidado com o contorno nas fontes pequenas (pra quê isso?). Você tem 256 milhões de cores para usar e ressaltar o seu texto. Seja criativo! Procure mais.
O formato é super importante para chegar ao seu target (alvo). O panfleto não pode ser grande demais, pequeno demais, dobras demais. Papel com gramatura a la transparencia é de muito mal gosto e demonstra falta de vontade de investimento em comunicação.
O uso indiscriminado de elementos auxiliares no layout também não pode ser decidido aleatoriamente. O trabalho precisa “pedir” os seus elementos e estes precisam ser dispostos no projeto de forma a compor a mensagem final. O uso indiscriminado de paisagens na comunicação visual, por exemplo, é algo que me angustia. O designer não tem uma ideia sequer para compor o projeto na fachada do seu cliente aí... lá vem mais uma paisagem maravilhosa (quem quiser entender melhor o que eu estou falando leia a postagem UMA FOTO EM UM LAYOUT QUALQUER que está no meu blog).
Com relação ao uso de estilos que estão na moda, eu nem preciso fazer grandes comentários: cada designer precisa encontrar o seu estilo. Coloque o seu design no túnel de vento sempre que encerrar um processo de criação. Veja se ele está atendendo o breafing do seu cliente e, antes de tudo, sinta se VOCÊ usaria ele se fosse o cliente. Veja se ele vale o que você está cobrando e se você pagaria por ele. Seja crítico de si mesmo.Um forte abraço à todos
Dicas/reclamações de conteúdo
Luiz Martins
luiz@martinsdesigner.com.br
www.martinsdesigner.com.br
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